sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Válvula de escape natural


Edição de 01/11/2009

Pesquisadores de Maryland, nos Estados Unidos, comprovam que parar de fazer exercícios leva a alterações do humor e a quadros depressivos. Pesquisas anteriores haviam demonstrado que os sedentários são mais propensos a desenvolver quadros depressivos e que a parada súbita de exercícios pode trazer sintomas de depressão.

Fadiga, irritabilidade e tensão emocional costumam aparecer logo após a interrupção dos treinos. Para comprovar essa relação os cientistas acompanharam 40 homens e mulheres que costumavam malhar pelo menos três vezes por semana. Metade dos participantes parou de se exercitar e a outra metade continuou com os treinos regulares. Os dois grupos foram avaliados semanalmente pelos pesquisadores.

As avaliações buscavam sintomas como alterações de apetite, dificuldades de dormir e fadiga, bem como alterações do humor e irritabilidade. Se em média os participantes não mostravam perda significativa do seu condicionamento físico, os mais condicionados também eram os que mostravam a perda mais aguda de capacidade. Esses mesmos indivíduos também foram os que mudaram mais de humor após a parada dos exercícios.

Os cientistas acreditam que essa alteração esteja ligada ao sistema parassimpático e que o exercício funcione como uma válvula de escape natural trazendo mais equilíbrio ao que o praticam regularmente.

Estudo publicado na revista 'The New England Journal of Medicine' mostra que musculação não é mais tabu para quem ficou com linfedema após tratar um câncer de mama. O linfedema é um inchaço do membro superior no lado que foi operado. Trata-se de um efeito colateral bastante comum desse tipo de tratamento.

A causa é a dificuldade de circulação da linfa, líquido que circula entre os linfonodos. A cirurgia de remoção do tumor de mama algumas vezes envolve a retirada desses linfonodos para detecção e prevenção de metástases. O inchaço piora se a mulher carrega peso ou faz algum esforço maior com aquele braço. O linfedema traz desconforto e dor, daí as mulheres que passaram pelo tratamento evitarem utilizar o braço nas atividades do dia a dia.

Por tudo isso, a musculação sempre foi evitada pelas pacientes no pós-tratamento. Mas a atividade física traz benefícios físicos e psíquicos comprovados na recuperação dessas mulheres. A boa notícia é que a pesquisa mostra que a musculação também pode fazer parte da rotina dessas mulheres.

Foram mais de 140 mulheres que haviam sido submetidas ao tratamento para câncer de mama. Metade fez um ano de academia e entrou em um programa de treinamento com musculação dirigida por professores orientados para o problema.

O programa envolvia duas sessões de treinamento por semana com musculação para todo o corpo, exercícios cardiovasculares e alongamento. O único cuidado especial era a utilização de uma malha compressiva feita sob medida para evitar o inchaço.

A circunferência dos braços era medida a cada sessão de treinos. Após um ano de exercícios, as participantes do grupo da academia tinham 5% menos problemas com inchaço e linfedema. Os pesquisadores apontam para a necessidade de que os professores de educação física estejam preparados para atender as mulheres que precisaram se submeter ao tratamento para câncer.

Musculação e aeróbicos melhoram composição corporal

Exercícios aeróbicos, musculação e hidroginástica são alguns exemplos de ativididade física. 'Os exercícios vão auxiliar na prevenção das doenças, sem risco de desenvolver um problema, a não ser se a pessoa já tiver uma predisposição clínica ou genética para isso', diz o professor Evitom Corrêa. Para ele, a musculação e os exercícios aeróbicos devem ser os mais indicados para os casos de pessoas com problemas de depressão, ansiedade e tensão emocional.

'Força, resistência muscular e cardiorespiratória, flexibilidade e melhora da composição corporal são os benefícios que podem ser alcançados com a realização dos exercícios aeróbicos e a musculação. Além de favorecer para a melhora da auto-estima. A realização exclusiva dos aeróbicos, como caminhada e bicicleta, por exemplo, vão trazer benefícios somente cardiorespiratórios. Já a força e a flexibilidade só vão ser alcançadas através musculação', destaca.

Segundo o professor, a hidroginástica, apesar de possibiltar a interação com outros participantes, não é mais indicada. 'Ela está sendo indicada para as pessoas debilitadas, com osteoporose, artrite, artrose ou reumatismo, já que no meio líquido, o peso corporal é reduzido em 70%', disse.

Também realizado em grupo, o exercício físico de alto impacto exige condicionamento físico. O step se caracteriza pelo movimento de subida e descida de uma plataforma e o jump é atividade realizada em cima de uma estrutura metálica com superfíce elástica.

'São exercícios lúdicos e em grupo com um grau de motricidade, mas demanda condiciomento físico. É extramamente motivante também por causa da música. Mas tudo isso deve ser acompanhado de um professor de educação física', finaliza.

Conheça a chave do benefício

 Segundos pesquisadores americanos do Centro Médico Southwestern, da Universidade do Texas, a prática de exercícios aeróbicos regulares pode diminuir a depressão pela metade. O estudo é o primeiro a avaliar os exercícios como tratamento isolado da depressão, sem associação com medicamentos.

 Foram 80 pacientes, acompanhados durante três anos, quando foram selecionados para treinamento aeróbico três ou cinco vezes por semana ou faziam exercícios de alongamento somente. O grupo que praticou exercícios aeróbicos cinco vezes por semana reduziu seus sintomas em 47% após três meses de treinos. O grupo que se exercitava três vezes por semana melhorou seus sintomas em 30%.

 A chave do benefício está nos efeitos que o exercício físico de moderado a intenso, feito de maneira continuada por 30 minutos a 35 minutos, exerce sobre o organismo. A pesquisa abre espaço para que novas modalidades de tratamento de depressão possam ser estabelecidas.

Novo Programa de aumento de força previne lesões

 Um programa novo de exercícios para aumentar a força pode prevenir lesões no joelho que acompanham muitas garotas e mulheres jovens que praticam esportes, afirma um estudo. O programa, que é descrito em um artigo recente no 'The American Journal of Sports Medicine', tem o propósito de reduzir lesões no ligamento cruzado anterior, que geralmente exige cirurgia e meses de reabilitação. A autora responsável é Julie Gilchrist, do Centers for Disease Control and Prevention.

 Apesar de outros programas de fortalecimento e flexibilidade reduzirem lesões ao ligamento, conhecido como LCA, eles geralmente exigem equipamentos especiais. Os pesquisadores afirmaram querer descobrir um programa que pudesse ser facilmente incorporado em práticas esportivas regulares.

 Uma co-autora do estudo, Holly J. Silvers, da Fundação de Pesquisa Ortopédica e de Medicina Esportiva de Santa Monica, disse que o novo programa toma cerca de 20 minutos, três vezes por semana. Exemplos de exercícios, que envolvem pulos e outras formas de fortalecimento muscular, podem ser vistos em www.apta.org/consumer.

 Para o estudo, os pesquisadores trabalharam com 61 equipes de futebol feminino na NCAA e mais de 1.400 atletas. Algumas equipes foram orientadas a adotar o novo programa para a temporada de outono, enquanto outras mantiveram sua rotina usual. O estudo revelou uma diminuição em 41% nos casos relatados de lesões ao LCA.

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