Edição de 01/11/2009
Pesquisadores de Maryland, nos Estados Unidos, comprovam que parar de fazer exercícios leva a alterações do humor e a quadros depressivos. Pesquisas anteriores haviam demonstrado que os sedentários são mais propensos a desenvolver quadros depressivos e que a parada súbita de exercícios pode trazer sintomas de depressão.
Fadiga, irritabilidade e tensão emocional costumam aparecer logo após a interrupção dos treinos. Para comprovar essa relação os cientistas acompanharam 40 homens e mulheres que costumavam malhar pelo menos três vezes por semana. Metade dos participantes parou de se exercitar e a outra metade continuou com os treinos regulares. Os dois grupos foram avaliados semanalmente pelos pesquisadores.
As avaliações buscavam sintomas como alterações de apetite, dificuldades de dormir e fadiga, bem como alterações do humor e irritabilidade. Se em média os participantes não mostravam perda significativa do seu condicionamento físico, os mais condicionados também eram os que mostravam a perda mais aguda de capacidade. Esses mesmos indivíduos também foram os que mudaram mais de humor após a parada dos exercícios.
Os cientistas acreditam que essa alteração esteja ligada ao sistema parassimpático e que o exercício funcione como uma válvula de escape natural trazendo mais equilíbrio ao que o praticam regularmente.
Estudo publicado na revista 'The New England Journal of Medicine' mostra que musculação não é mais tabu para quem ficou com linfedema após tratar um câncer de mama. O linfedema é um inchaço do membro superior no lado que foi operado. Trata-se de um efeito colateral bastante comum desse tipo de tratamento.
A causa é a dificuldade de circulação da linfa, líquido que circula entre os linfonodos. A cirurgia de remoção do tumor de mama algumas vezes envolve a retirada desses linfonodos para detecção e prevenção de metástases. O inchaço piora se a mulher carrega peso ou faz algum esforço maior com aquele braço. O linfedema traz desconforto e dor, daí as mulheres que passaram pelo tratamento evitarem utilizar o braço nas atividades do dia a dia.
Por tudo isso, a musculação sempre foi evitada pelas pacientes no pós-tratamento. Mas a atividade física traz benefícios físicos e psíquicos comprovados na recuperação dessas mulheres. A boa notícia é que a pesquisa mostra que a musculação também pode fazer parte da rotina dessas mulheres.
Foram mais de 140 mulheres que haviam sido submetidas ao tratamento para câncer de mama. Metade fez um ano de academia e entrou em um programa de treinamento com musculação dirigida por professores orientados para o problema.
O programa envolvia duas sessões de treinamento por semana com musculação para todo o corpo, exercícios cardiovasculares e alongamento. O único cuidado especial era a utilização de uma malha compressiva feita sob medida para evitar o inchaço.
A circunferência dos braços era medida a cada sessão de treinos. Após um ano de exercícios, as participantes do grupo da academia tinham 5% menos problemas com inchaço e linfedema. Os pesquisadores apontam para a necessidade de que os professores de educação física estejam preparados para atender as mulheres que precisaram se submeter ao tratamento para câncer.
Musculação e aeróbicos melhoram composição corporal
Exercícios aeróbicos, musculação e hidroginástica são alguns exemplos de ativididade física. 'Os exercícios vão auxiliar na prevenção das doenças, sem risco de desenvolver um problema, a não ser se a pessoa já tiver uma predisposição clínica ou genética para isso', diz o professor Evitom Corrêa. Para ele, a musculação e os exercícios aeróbicos devem ser os mais indicados para os casos de pessoas com problemas de depressão, ansiedade e tensão emocional.
'Força, resistência muscular e cardiorespiratória, flexibilidade e melhora da composição corporal são os benefícios que podem ser alcançados com a realização dos exercícios aeróbicos e a musculação. Além de favorecer para a melhora da auto-estima. A realização exclusiva dos aeróbicos, como caminhada e bicicleta, por exemplo, vão trazer benefícios somente cardiorespiratórios. Já a força e a flexibilidade só vão ser alcançadas através musculação', destaca.
Segundo o professor, a hidroginástica, apesar de possibiltar a interação com outros participantes, não é mais indicada. 'Ela está sendo indicada para as pessoas debilitadas, com osteoporose, artrite, artrose ou reumatismo, já que no meio líquido, o peso corporal é reduzido em 70%', disse.
Também realizado em grupo, o exercício físico de alto impacto exige condicionamento físico. O step se caracteriza pelo movimento de subida e descida de uma plataforma e o jump é atividade realizada em cima de uma estrutura metálica com superfíce elástica.
'São exercícios lúdicos e em grupo com um grau de motricidade, mas demanda condiciomento físico. É extramamente motivante também por causa da música. Mas tudo isso deve ser acompanhado de um professor de educação física', finaliza.
Conheça a chave do benefício
Segundos pesquisadores americanos do Centro Médico Southwestern, da Universidade do Texas, a prática de exercícios aeróbicos regulares pode diminuir a depressão pela metade. O estudo é o primeiro a avaliar os exercícios como tratamento isolado da depressão, sem associação com medicamentos.
Foram 80 pacientes, acompanhados durante três anos, quando foram selecionados para treinamento aeróbico três ou cinco vezes por semana ou faziam exercícios de alongamento somente. O grupo que praticou exercícios aeróbicos cinco vezes por semana reduziu seus sintomas em 47% após três meses de treinos. O grupo que se exercitava três vezes por semana melhorou seus sintomas em 30%.
A chave do benefício está nos efeitos que o exercício físico de moderado a intenso, feito de maneira continuada por 30 minutos a 35 minutos, exerce sobre o organismo. A pesquisa abre espaço para que novas modalidades de tratamento de depressão possam ser estabelecidas.
Novo Programa de aumento de força previne lesões
Um programa novo de exercícios para aumentar a força pode prevenir lesões no joelho que acompanham muitas garotas e mulheres jovens que praticam esportes, afirma um estudo. O programa, que é descrito em um artigo recente no 'The American Journal of Sports Medicine', tem o propósito de reduzir lesões no ligamento cruzado anterior, que geralmente exige cirurgia e meses de reabilitação. A autora responsável é Julie Gilchrist, do Centers for Disease Control and Prevention.
Apesar de outros programas de fortalecimento e flexibilidade reduzirem lesões ao ligamento, conhecido como LCA, eles geralmente exigem equipamentos especiais. Os pesquisadores afirmaram querer descobrir um programa que pudesse ser facilmente incorporado em práticas esportivas regulares.
Uma co-autora do estudo, Holly J. Silvers, da Fundação de Pesquisa Ortopédica e de Medicina Esportiva de Santa Monica, disse que o novo programa toma cerca de 20 minutos, três vezes por semana. Exemplos de exercícios, que envolvem pulos e outras formas de fortalecimento muscular, podem ser vistos em www.apta.org/consumer.
Para o estudo, os pesquisadores trabalharam com 61 equipes de futebol feminino na NCAA e mais de 1.400 atletas. Algumas equipes foram orientadas a adotar o novo programa para a temporada de outono, enquanto outras mantiveram sua rotina usual. O estudo revelou uma diminuição em 41% nos casos relatados de lesões ao LCA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário